Há diversos fatores que influenciam na composição da nossa microbiota intestinal.
Desde que nascemos, as bactérias intestinais sofrem interferência de tudo que nosso organismo precisa fazer. A introdução alimentar, a idade, o funcionamento intestinal, a alimentação e o uso de medicamentos são os principais responsáveis por definir como será a colonização desse ambiente.
Para saber se a disbiose ou permeabilidade intestinal são positivas é comum realizar uma investigação individual, durante a consulta, que consiste em avaliar a presença e ocorrência dos seguintes sintomas:
* Diarréia e/ou constipação ou os sintomas associados
* Dor ou distensão abdominal
* Muco ou sangue nas fezes
* Dor ou inchaço nas articulações ou artrite
* Fadiga frequente ou crônica
* Alergias, intolerâncias e sensibilidades alimentares (mesmo já diagnosticadas)
* Congestão nasal ou dos seios nasais, asma ou alergia nas vias aéreas
* Eczema ou urticária
* Confusão, memória ruim ou alterações de humor (interações cérebro/intestino)
* Inflamações frequentes ou crônicas
* História do uso de antiinflamatórios e/ou uso de antibióticos
* Consumo de álcool frequente ou o seu uso lhe faz mal
* Síndrome do Intestino Irritável, Retocolite ulcerativa, Doença de Crohn, Doença Celíaca, Sensibilidade ao glúten, Intolerância à lactose, Alergia às proteínas do leite, gastrite, etc.
Existem outras consequências do supercrescimento bacteriano no intestino, que podem ser déficit de crescimento em crianças, má absorção (gorduras, carboidratos, B12 e vitaminas lipossolúveis), sangramento intestinal, danos ao fígado, etc. Todos esses sintomas são avaliados em razão da sua frequencia e se necessário é introduzido um tratamento que se baseia nos 4Rs da Nutrição Funcional:
1º. Remover os patógenos, toxinas e alérgenos alimentares:
Principais responsáveis para favorecer a remoção: alho (óleo), orégano (óleo), própolis, alecrim, alcaçuz, tomilho, cebola, semente de abóbora, suco de cranberry, suco de maçã, ácido láurico, ácido caprílico,
2º. Reinocular bactérias benéficas:
- Probióticos: microorganismos vivos administrados em quantidades adequadas para conferir benefícios para o intestino. É muito importante saber escolher as cepas probióticas adequadas para cada pessoa e patologia.
São encontrados na forma de suplementos que podem ser adquiridos prontos ou manipulados, e o mais utilizados são do gênero Lactobacillus, Bifidobacterium e, em menor escala, Enterococcus faecium.
- Prebióticos: carboidratos não digeridos que estimulam o crescimento e atividades dos probióticos.
Os mais conhecidos são oligofrutose e inulina. São encontrados na forma de suplementos ou nos alimentos, como a biomassa de banana verde, chicória e alcachofra.
- Simbióticos: combinação de pré e probióticos. Também são encontrados na forma de suplementos.
3º. Recolocar fatores digestivos:
Os principais responsáveis para essa atividade são hortelã, pimenta, gengibre, erva-doce, enzimas digestivas (produtos prontos).
4º. Reparar a mucosa oferecendo nutrientes e dieta não irritativa
Os nutrientes mais usados são:
- L-glutamina: importante fonte nutritiva para os colonócitos
- Arginina: apresenta efeitos específicos no intestino, melhora a cicatrização e é secretagogo de hormônios como o hormônio do crescimento e insulina
- Aloe vera gel/suco (apenas com indicação de produtos específicos) e espinheira santa (infusão): auxiliam na regeneração da mucosa intestinal
A dieta não irritativa consiste na exclusão de alimentos de difícil digestão como:
- Glúten, leite e derivados e soja e derivados (produtos não fermentados)
- Açúcar, mel, cana-de-áçucar, agave
- Cafeína e bebidas fermentadas ou gaseificadas
- Leveduras (fermento, levedo de cerveja, vinagre)
- Frutas cítricas (laranja, limão, grapefruit, lima, tangerina), tomate, pimentão, morango e mamão
- Amendoim, castanhas, avelã, nozes
- Rodiziar carnes (boi, frango, peixes, rã) ou eliminar bovina e suína (preferir orgânicas)
- Corantes artificiais, produtos industrializados, temperos prontos, frutos do mar, embutidos em geral.
Os exames laboratoriais também podem auxiliar no diagnóstico e evolução: coprológico funcional, parasitológico de fezes, teste de permeabilidade intestinal e avaliação funcional do hemograma.
É importante lembrar que não adianta tratar e depois voltar a ter o mesmo tipo de alimentação sem cuidados, esperando que tudo fique resolvido. As alterações voltam a ocorrer e o quadro de disbiose pode se instalar novamente. Existem estudos mostrando que nem sempre a flora bacteriana consegue se manter somente com a alimentação pós tratamento, sendo necessária a repetição do programa nutricional após um tempo.
É muito importante você buscar auxílio nutricional para fazer esse tratamento de forma individualizada, avaliando todos os sinais e sintomas existentes e o tempo necessário para a evolução.
Consulte o seu Nutricionista!