segunda-feira, 18 de março de 2013

Depressão

Esse final de semana assisti a mais uma aula sobre depressão. Assunto complexo e extenso, que tenho estudado muito para entender um pouco mais sobre o funcionamento do nosso cérebro que tenta interligar e equilibrar diversas funções.

O estresse é uma resposta momentânea do organismo a um estímulo, que se dá através da liberação de hormônios que excitam o cérebro, despertando instintos básicos de luta ou fuga. A expressão "estresse" tornou-se sinônimo de sofrimento humano, mas isso deveria ser visto como uma forma rápida de reação do nosso organismo a um fator inesperado, um momento de defesa. O problema é quando esse fator se torna uma companhia sempre presente, um problema crônico que desperta no nosso cérebro uma tensão incessante para qual ele não foi preparado.

Infelizmente, a prática medicamentosa prevalece a abordagem nutricional, permitindo que a mesma se torne um dos problemas mais preocupante de saúde no mundo, sem dar ao seu organismo uma oportunidade de reversão do sofrimento através de métodos menos agressivos, que podem partir, por exemplo, da compreensão do que é o estresse e de que maneira ele vem a abrir espaços para a depressão, ansiedade e as obsessões.

Cortar o sentimento de estresse não é tão simples como tirar férias e esquecer dos problemas, pois nosso controle sobre isso é menor do que imaginamos. Há diferentes tipos de estresse como o biológico (doenças, machucados ou infecção), social (mais comum, provocado pelo sistema econômico, excesso de informações e atividades, expectativas frustradas, etc) e psicológico (desencontro das nossas aspirações e da realidade). Quando todas essas formas de estresse se fundem, o cérebro entra em sofrimento, abrindo um quadro conhecido como estresse oxidativo, que equivale a uma tempestade neurobioelétrica, de sérias consequências sobre o comportamento.

O estresse oxidativo é um conceito amplo que envolve as respostas em grande escala dos radicais livres e hormônios corticóides, que desempenham no cérebro uma carga de noradrenalina, adrenalina e dopamina, que em excesso bloqueiam a formação de neurotrofinas, as substâncias que protegem nossos neurônios, e aumentam a produção de radicais livres, gerando uma cascata inflamatória.

Assim sendo, a depressão deve ser considerada uma doença inflamatória. E a inflamação piora o quadro, levando no final a neurodegeneração. A inflamação na depressão estimula a enzima indoelamina dioxigenase (IDO), que metaboliza o triptofano para produzir vitamina B3, mas que se transforma também em 5-HTP (precursor da serotonina), depois em serotonina (hormônio do bem estar) e finalmente, em melatonina (hormônio que induz ao sono).

A adequação do triptofano pela dieta é de suma importância para que essas reações aconteçam adequadamente para a formação de hormônios que garantam nossa saúde mental, pois sua falta resulta em alterações do comportamento e humor e desequilíbrio na formação de serotonina, que em deficiência leva à quadros de depressão. Tão importante quanto a sua adequação, é o local de produção de serotonina, que em maior parte ocorre no nosso intestino e quadros de disbiose ou alterações do funcionamento desse órgão, como constipação ou diarréias crônicas, também afetam o equilíbrio.

Se esse triptofano não é bem conduzida dentro do nosso organismo, pode haver a produção do intermediário metabólico ácido quinolínico, que estimula a neurotransmissão glutamatérgica levando a alteração no humor, excitação mental, manias, às vezes irritabilidade, agressividade e competitividade. Também pode ocorrer a abertura de canais de cálcio que, entrando no neurônio em excesso, induzem a morte celular (apoptose).  

Adaptado de Okigami & Monção (2011)

Enquanto a depressão cresce assustadoramente no mundo, diminuem os índices de resolutividade do tratamento e de outros distúrbios mentais relacionados. E em muitos casos em que algum sucesso é conquistado, o que se percebe é um anestesiamento do problema, o que é bem diferente de uma reorganização bioquímica do cérebro para a retomada da vida.

Trabalhar a depressão como doença inflamatória é uma obrigação no tratamento. Não quero dizer que o tratamento medicamentoso não deva ser feito, mas ele precisa de outros suportes. Através da Nutrição, é possível modular a formação de serotonina, nas devidas reações dependentes de nutrientes como ácido fólico (vitamina B9) e vitamina B6, modular o zinco e glutamato, que acelera a recuperação do paciente, e ainda inibir a indoelamina dioxigenase, o que melhora mais ainda o quadro.

Aqui cabe a minha questão sobre a prescrição dos medicamentos... se a maioria das condutas se trata de um inibidor da recaptação de serotonina (IRSS), fazendo-a ficar mais tempo circulante e desempenhando seu papel, não é preciso ter  formação adequada dessa serotonina? E não é a deficiência dessa serotonina que leva a quadros de depressão? Não é preciso realizar exames bioquímicos com interpretação de valores ideais (e não valores de referência)? Não é preciso repor nutrientes essenciais em conjunto ao tratamento?

Dieta adequada, medicamentos, fitoterápicos e suplementos, interpretação de exames bioquímicos interagem para aumentar a eficácia do tratamento. Não deixe de realizar um tratamento multidisciplinar quando você tem esses tipos problemas.

Consulte um profissional Nutricionista!


Fonte de consulta: Henry Okigami, Helion Póvoa

2 comentários:

  1. Nossa quanta informaçao um assunto realmente importante e que infelizmente pega muitas pessoas, sabe nutri recebi algumas ligaçoes de mulheres querendo ajuda ( grupo livre leve e solta) uma delas me pediu chorando para participar, fiquei chocada, mas sei que vamos ajudar pelo menos mostrar o caminho...precisamos muito de vc..bjkas

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