quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Cálcio

O cálcio é 5º elemento mais abundante no corpo humano com mais de 99% armazenado nos ossos (cálcio-fosfato), oferecendo-lhes força para suportar a locomoção do nosso corpo sobre as pernas e a proteção dos órgãos internos.

Seu principal papel é na regulação metabólica, atuando na saúde óssea, coagulação sanguínea, na secreção hormonal e de neurotransmissores, em enzimas, participando da reabsorção do filtrado glomerular no rim, regulação da contração muscular, etc. O seu metabolismo é regulado por 3 mecanismos: absorção intestinal, reabsorção renal e renovação óssea.

O osso é um tecido dinâmico que constantemente forma tecido novo por meio dos osteoblastos e faz ressorção (libera cálcio do osso) através dos osteoclastos (processo conhecido como turnover). Em crianças, a formação óssea excede a ressorção, em adultos esses se equilibram e em mulheres na menopausa e idosos, a ressorção é maior. Isso justifica as diferentes necessidades em cada faixa etária.

Fontes de cálcio


A única fonte é proveniente da nossa alimentação. Os principais alimentos fontes de cálcio são os derivados de leite, tofu (queijo de soja), folhas verdes, sementes oleaginosas e alguns peixes. No final você pode ver uma tabela mais detalhada.

Quantidade de cálcio (mg) por porção do alimentos

Recomendações


No Brasil, a ingestão de cálcio está abaixo dos valores ideais, variando de 300 a 500mg por dia. A deficiência de cálcio se manifesta em crianças como o raquitismo e nos adultos pode ocorrer perda óssea, tornando o osso dolorido, deformado ou poroso aumentando os riscos de doenças como a osteomalácia e osteoporose. Além disso, aumentam os riscos de fraturas, pedras nos rins e câncer de cólon.

Recomendações diárias de cálcio
mg/dia
Crianças de 1 a 3 anos
700
Crianças de 4 a 8 anos
1000
Adolescentes
1300
Adultos jovens
1000
Mulheres acima de 51 anos
1200
Adultos acima de 70 anos
1200

Devido a sua importância, muitas pessoas precisam aderir ao uso de suplementos. Porém, não adianta exagerar e consumir altas doses desse mineral para garantir saúde. Tudo é um equilíbrio delicado e o excesso acaba sendo prejudicial. Quem é responsável por isso é a Vitamina D, aumentando sua absorção no intestino e reduzindo sua eliminação, em resposta à necessidade. Então, quando os níveis de vitamina D estão inadequados, esse balanço será drasticamente prejudicado.

Os suplementos de cálcio são geralmente usados em doenças como osteoporose, doença intestinal de má absorção, doença celíaca, ressecção do intestino delgado, hipoparatireoidismo, hiperfosfatemia em doenças renais, refluxo gastresofágico ácido e ulcera péptica. Em situações como menopausa, intolerância à lactose, alergia às proteínas do leite, vegetarianos, lactentes, gestantes e gestantes com pré-eclâmpsia é comum a preocupação com a ingestão desse mineral.

Excesso de cálcio pode gerar hipercalcemia, situação que pode persistir por meses após a descontinuação do uso, pois o cálcio se acumula no tecido de gordura (adiposo) e sua liberação para a circulação é lenta. Há riscos da musculatura lisa se contrair anormalmente, levando à hipertensão e à encefalopatia hipertensiva, por exemplo.

A hipercalciúria pode levar ao desenvolvimento de cálculos urinários, pela precipitação de oxalato e fosfatos de cálcio nos túbulos renais, calcificação de tecidos moles (rins, coração, pulmão e vasos sanguíneos), interações negativas com outros minerais como o zinco e ferro e constipação (intestino preso).

Alguns nutrientes interagem com o cálcio de forma negativa, como o consumo excessivo de sal (sódio), cafeína, excesso de proteínas ou aminoácidos e de fósforo. A relação cálcio/sódio também tem importância em hipertensos (pressão alta), pois a baixa concentração de cálcio pode afetar o tônus vascular e agravar o aumento da pressão arterial.

Na menopausa, os baixos níveis de estrógeno são acompanhados pelo decréscimo na eficiência de absorção de cálcio, aumento da taxa de turnover ósseo e da circulação de cálcio livre, diminuição de vitamina D ativa, ocasionando perda óssea e aumentando o risco de desenvolvimento de osteopenia e osteoporose.

Estudos também demonstram que, em longo prazo, o desequilíbrio do cálcio pode provocar neurodegeneração, atuando nos processos de disfunção e morte celular e toxicidade neuronal, e na formação de peptídeos β-amilóides que estão diretamente associados ao desenvolvimento de doenças de Alzheimer.

Enfim, todo equilíbrio é necessário para alcançar os efeitos positivos desse mineral tão importante na nossa saúde. A dieta equilibrada (ácido-base) protege o nosso corpo dos efeitos adversos desses desequilíbrios, quando associada com níveis adequados de vitamina D e PTH.

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